Que balanço das comemorações dos 350 anos nos pode fazer?
Foi
o culminar de um ano que marcou esta instituição, neste dia 15 de
outubro, que completou três séculos e meio é importantíssimo, a vinda do
senhor Bispo D.Ilídio, a presidir as cerimónias e a visita que efetuou a
todos os utentes desta instituição, onde fez questão de os
cumprimentar, ter uma igreja da Misericórdia cheia de pessoas e de
irmãos, só demonstra que estamos cá e que os fornenses acreditam na
instituição.
Tenho de salientar a disponibilidade do nosso Bispo
em vir a Fornos nesse dia, que deixou aqui uma mensagem “os
colaboradores da instituição são a vida e a saúde desta casa”, esta
frase marcou-me, pela sua simplicidade, aliás foi recebido sem grandes
formalismos, e a sua visita engrandeceu o dia, para além de a ter
escrito no livro de honra mas também a presença de seis padres que
também marcaram presença, sendo alguns deles de comunidades vizinhas,
com alguma ligação a esta instituição.
Uma cerimónia grandiosa,
que valorizou Fornos de Algodres, as palavras que o senhor Bispo nos
trouxe, foram palavras de esperança em prol da instituição, com a
particularidade de termos um cuidado especial e cada vez mais com os
nossos utentes.
Foi um ano importante, tivemos o privilégio de uma
pintora fornense ter colocado na tela a imagem da Igreja da
Misericórdia, que fica aqui nesta unidade para todos poderem admirar
esta obra.
É importante salientar a grande adesão dos irmãos nesse
dia e todas as iniciativas que decorreram ao longo deste ano festivo, a
vinda do nosso bispo representou a forte ligação entre a Santa Casa e a
Igreja.
D.Ilídio referiu nesse dia que era Bispo de Fornos revela carinho por esta localidade?
Sim,
é do conhecimento público, que este estudou aqui em Fornos, no
Seminário, tem fortes ligações a esta comunidade e sem dúvida que neste
dia também ficou satisfeito, pela forma como a cerimónia tinha sido
preparada e pela eucaristia que foi o ponto alto, deixando aqui também
uma palavra de apreço para o todo grupo coral que anualmente vai
animando as nossas eucaristias vespertinas e nesse dia, estavam muito
bem preparados a nível de cânticos, o que para nós, Santa Casa, nos
regozija.
Também não posso de deixar de referir a mensagem que
D.Nuno Almeida, nos enviou a dar os parabéns e a deixar palavras de
carinho a todos.
Esta instituição só é assim, porque temos
colaboradores fantásticos, prestam um grande serviço e embora sendo uma
equipa nova a nível de idades, mas muito competentes, aliás quando
cheguei tive algum receio, mas dois anos depois a equipa mantém-se e
demonstra o carinho e grande trabalho pelos nossos utentes.
A Peregrinação das Misericórdias em Viseu foi um dia especial?
Sim,
foi um desafio do nosso Bispo D.Ilídio, dado que antigamente, as
Misericórdias ficavam acomodadas, devido à permanência dos Provedores
muitos anos nos cargos.
Coisa que não acontece agora nas
Misericórdias desta região, casos de Fornos, Penalva, Santar e Mangualde
que recentemente alteraram os seus provedores e sobretudo pessoas mais
jovens com outras dinâmicas.
Este desafio de D.Ilídio e do Cónego
Miguel Abreu foi bastante proveitoso, porque estiveram presentes 10 das
14 Misericórdias, conseguimos levar muitos Irmãos a Viseu, onde toda a
cerimónia foi muito bonita, o desfile entre o Centro Pastoral e a Sé de
Viseu, e a Eucaristia celebrada por D.Ilídio, engrandeceu as
Misericórdias, dado que tem agora mais visibilidade e refiro
especificamente que as coisas têm de mudar.
Sou apologista do
limite de mandatos, em tom de brincadeira, refiro que o arciprestado da
Beira Alta é o melhor da diocese, e na verdade os outros colegas também
partilham desta opinião, porque existe uma amizade entre todos, aliás
prova disso, que D. Ilídio lançou o desafio de todos os anos ser feito o
Dia das Misericórdias, com o local a ser rotativo.
Também falamos
frequentemente, entre todos, sobre os assuntos que são comuns entre
Misericórdias e ajudamo-nos uns aos outros, temos novas ideias e
queremos mostrar trabalho.
A segunda edição da Feira da Saúde teve muito impacto?
Sim.
Nasceu o ano passado, da ideia de três técnicas desta instituição, Drª
Patrícia, Drª Rita e Enfª Rita, que são muito competentes e uma grande
ambição.
Este ano, com a ambição de envolver toda a comunidade
fornense, estiveram mais de meio milhar de pessoas, numa população tão
restrita como é a de Fornos de Algodres, ter 10% a frequentar a feira da
saúde, é muito bom, onde foram proporcionadas palestras dos mais
diversos temas.
As pessoas aderiram mais aos rastreios que
proporcionamos das mais diversas índoles, desde a psicologia, terapia da
fala, nutrição, enfermagem.
Tivemos uma grande envolvência da
parte do Agrupamento de Escolas, e da grande parte das associações de
Fornos de Algodres, aliás todas as IPSS estão a trabalhar todas unidas
em prol do desenvolvimento e o melhor para Fornos, de realçar o papel do
Instituto do Sangue nesta feira.
Foi a primeira vez que tivemos
um alto representante da União das Misericórdias Portuguesas, Dr. Paulo
Moreira, e o Presidente do Secretariado, Dr. Anselmo Antunes presentes
na abertura desta feira.
Agora todos os técnicos estão de parabéns
pelo trabalho desenvolvido, e este ano a passagem a dois dias foi
importante na medida, o primeiro dia voltado para a população geral e o
segundo para as instituições e para o Agrupamento de Escolas, funcionou
bem e fica colocado um desafio, para o ano queremos muito mais.
Para
o ano talvez abrir o leque a outras instituições para mostrarem também
os seus serviços, isto é, cada uma ter uma barraquinha de divulgação dos
seus serviços.
Que balanço faz destes dois anos a liderar a ISCMFA?
Nós
quando nos propusemos a iniciar este trabalho, tínhamos um objetivo
sério e bem definido, que era devolver a instituição Santa Casa a Fornos
de Algodres, objetivo esse que está conseguido e está aos olhos de
todos, nestes dois anos as pessoas tiveram uma visibilidade do trabalho
desenvolvido, dado que a taxa de ocupação era de 20% de pessoas desta
localidade, é hoje muito maior, cerca de 50%.
Quase duplicámos o número de irmãos nesta instituição, dado que era uma instituição fechada e hoje está aberta a todos.
Agora
pretendemos aumentar as instalações quer na parte da unidade e na parte
do Lar residencial, podemos ainda proporcionar melhores condições à
população fornense.
Era importante mudar um pouco o rumo da
instituição, hoje fala-se da instituição por bons motivos, ao contrário
de antes de chegarmos, agora foram dois anos muitos exaustivos, aliás
costumo dizer em jeito de brincadeira que se hoje fosse embora já ia
satisfeito pelo grande trabalho que realizámos.
Quando cheguei
muitas coisas não estavam bem, e estamos a tentar resolver, agora neste
momento, muita coisa melhorou, os fornecedores e os funcionários
passaram a receber a tempo e horas, há mais regularidade, também agora
as compras são realizadas em Fornos de Algodres, apenas com a excepção
de produtos de enfermagem e farmacêuticos, que tem obrigatoriamente de
fora.
Também conseguimos através a da ARE Centro de ter 4 quartos
particulares porque temos espaço, agora a ocupação é de 100%, na unidade
não é fácil ter vagas, porque temos sempre gente em espera na
plataforma, no lar está sempre cheio, apesar de existir alguns
falecimentos, como é natural nestas casas.
Neste momento temos uma
parceria com a AD Fornos de Algodres, onde os ajudamos com as refeições
aos atletas e em troca proporcionam aqui aos nossos idosos momentos
importantes e que os torna muito mais felizes, agora são coisas novas
que os utentes gostam.
O ano de 2017 vai ser importante para a instituição?
Vai
ser trabalhar no programa 2020, este novo quadro vai ser importante
desde que abra, porque ainda não há previsões da data certa, agora o
nosso projeto ronda o meio milhão de euros, com o fundo a pagar 85% e
nós 15%, as obras têm de se enquadrar no edifício porque a ampliação
remete-se a 6/7 quartos, agora tem de ser bem financiada, porque a Santa
Casa não tem disponibilidade financeira para isso.
A Igreja da
Misericórdia também está contemplada neste projeto, onde está previsto a
recuperação dos dois altares e logo que abra o fundo, é um projeto
praticamente aprovado, agora tem sido feito o trabalho normal de
manutenção, desde o pintar as portas, as mesas no exterior, a beleza do
interior sempre bem ornamentada pela boa vontade das senhoras que
semanalmente vão fazendo esse trabalho, também o andor do Sr. dos Passos
está montado na Igreja e vamos colocar em volta uma peça de acrílico
para o poder preservar mais.
São também muitos os visitantes que
passam pela Igreja, agora a ligação com os nossos párocos é muito boa,
porque a Igreja é de todos os fornenses.
Uma palavra a todos os Irmãos fornenses e comunidade em geral?
Os
fornenses podem contar com a Santa Casa, esta instituição é de todos os
fornenses, todos podem vir e participar, somos a entidade coordenadora
da CLDS 3G Servir Fornos, com a Câmara Municipal a ser a entidade
promotora, onde a equipa é muito unida e tem feito um grande trabalho
com o objetivo de fazer mais e melhor pelos fornenses, e a Santa Casa
neste momento, não está só direcionada para os idosos, dado que temos um
gabinete que proporciona à procura de emprego e uma data de valências,
agora as pessoas têm de nos procurar, tentamos dar a divulgação que
achamos melhor.
A população pode contar connosco e que nos procurem.
Reportagem de António Pacheco
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