A mastigação
é responsável por quebrar os alimentos em pedaços menores que facilitam
a digestão e a absorção dos nutrientes. Sabia que esta pode também
promover o desenvolvimento facial harmonioso?
Precocemente, o bebé
necessita de realizar movimentos de sucção (seio materno, biberão e/ou
chupeta) que promovem o desenvolvimento das estruturas orais (lábios,
língua, bochecha e mandíbula). Assim, o aleitamento materno é o alicerce
para uma mastigação e desenvolvimento saudáveis.
Como a
mastigação é uma função aprendida, necessita de algum amadurecimento
cerebral e treino, que deve ser iniciado por volta do 3/4 meses de idade
através dos mordedores, brinquedos com diferentes texturas que os bebés
colocam na boca. Esta vivência prepara-os para a aceitação dos novos
alimentos.
Por volta do 6º mês, o bebé apresenta maturidade
fisiológica e neurológica para receber novos alimentos e diferentes
consistências. A maneira de preparar os alimentos faz toda a diferença e
por isso, as primeiras papas, frutas e legumes devem ser amassadas com o
garfo e oferecidas na colher (e também em pedaços maiores para que a
criança pegue neles com a mão). É importante a variação das cores e das
texturas nesta fase de adaptação e, de igual modo, é essencial a
participação/envolvimento da família.
O que pode determinar a
aprendizagem da mastigação é o tipo de alimento colocado na boca. As
estruturas propriocetoras orais identificam o alimento e enviam sinais
ao cérebro. Estes vão determinar o movimento e o tamanho da força
necessária à mastigação. Portanto, se o bebé só comer papas com a
consistência do puré (por exemplo), não vai desenvolver as estratégias
que necessita para mastigar a carne (mesmo que seja desfiada ou picada).
A
erupção dos primeiros dentes, por volta do 8º mês, vai tornar o bebé
capaz de mastigar melhor. O contacto entre os dentes e o alimento
estimulam a perceção da posição espacial da mandíbula, o que é
importante porque gera estímulos de crescimento ósseo dos arcos. O bebé
aprende a mastigar corretamente, utilizando os dentes (para cortar os
alimentos) e realizando movimentos de abertura e fecho da boca. Mais
tarde, a mastigação tornar-se convencional com a erupção dos dentes
molares.
Os novos alimentos (novas consistências) devem ser
apresentados ao bebé até aos 10 meses, na medida em que uma introdução
mais tardia pode acarretar uma pior aceitação e uma maior dificuldade
mastigatória. Ao completar o ano de idade, deve estar apto a realizar a
alimentação da família (com algumas adaptações, se necessário).
As
diferentes consistências/texturas alimentares promovem o estímulo e o
treino gradual da mastigação, que promove o desenvolvimento muscular e
os movimentos de lateralidade da mandíbula. Consequentemente, todos
estes fatores levam a um crescimento ósseo harmonioso (ao nível da
face). Quando a textura não exige esforço mastigatório suficiente, pode
comprometer o crescimento ósseo ou originar um crescimento assimétrico
responsável por problemas ortodônticos (eg. falta de espaço para os
dentes, mordida cruzada…) e alterações na produção dos sons.
Em
caso de dúvidas, não se esqueça que esta á uma das áreas de intervenção
da Terapia da Fala, por isso procure um Terapeuta da Fala!
E
para saber mais sobre este assunto, não perca o artigo do próximo mês!
Sabe o que fazer se o seu filho não mastigar bem? A que sinais deve
estar alerta? O que pode acontecer futuramente? Em breve terá todas
estas respostas.
Por:Ana Carolina Marques- Terapeuta da Fala na APSCDFA
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