quinta-feira, 5 de março de 2015

Dia dos Castelos--- historial do de Celorico da Beira

  Esta quarta -feira foi o Dia Nacional dos Castelos aqui fica um pouco da história do CASTELO DE CELORICO DA BEIRA
  O castelo da vila foi erigido na Idade Media, num monte á altitude de 550m, assente sobre um castro luso-romanizado. O traçado da fortaleza corresponde aos reinados de D. Afonso Henriques e D. Sancho I, havendo analogia com a fortaleza da cidade da Guarda quanto à ausência de ameias. Nos reinados de D. Dinis e D. Fernando a praça recebeu melhoramentos.   Esta ausência de ameias e merlões verifica-se também na muralha de Linhares, mas não há torres.

  O que hoje resta corresponde à cidadela. A cerca é completamente fechada, com dois cubelos reforçando os ângulos a N. E.
  A S. E. levanta-se uma torre quadrangular, mais elevada que os cubelos, a qual, pelas suas dimensões, é considerada a torre de menagem, o que não é exacto, pois essa existia a meio do terreiro da cerca. Em meados do séc. XIX restava da torre de menagem apenas um cunhal. Sabemo-lo pelo testemunho de Alexandre Herculano, que percorreu esta região em 1853 e escreveu no Diário de Viagem:
«A torre de menagem meia voada: só resta um ânguIo».
A meio da cerca estava o Polo d'El-Rei, ligado a um passadiço, construído no tempo de D. Manuel I. Foi demolido em 1857.
A cerca tem duas portas, a ocidental e a sul. No interior do muro segue o caminho da ronda, a que se ascende por escaleiras adoçadas.
Na Biblioteca Nacional de Lisboa há um manuscrito do século XVII, do académico Jerónimo Contador de Argote, sobre o Castelo e Fortalezas de Celorico. Informa-nos que está muito arruinado. Diz que no meio do castelo há uma torre já meia entulhada, mas pouco mais nos diz. (vid. manuscrito R.N.L. Reserv. F.G. 225).
  O Padre Vilela refere-se, em princípios do séc. XIX, aos aquartelamentos e ás cisternas do CASTELO. Quando os espanhóis ocuparam Celorico da Beira na Guerra dos Sete Anos, as tropas portuguesas tiveram de largar o castelo, onde estavam aquarteladas. Foi então que começou a sua ruína com o bombardeamento de desmantelamento feito pelos espanhóis.
  Durante toda a Idade Média e primeira metade da Moderna, o sistema defensivo da fronteira da Beira, baseava-se no triângulo Guarda, Celorico, Trancoso.
Com o desenvolvimento do fabrico das armas de fogo, especialmente dos canhões, os velhos castelos tornaram-se incapazes, sendo substituídos por fortalezas à Lippe ou à Vauban. Foi então que Almeida ganhou importância e aí se concentrou a chave da defesa.
   O Castelo de Celorico não foi reconvertido no novo sistema, embora Celorico estrategicamente continuasse a ter alto interesse, o que se comprovou na época das invasões francesas, pois serviu ao exército francês e ao anglo­-luso de quartel-general e base de operações, em conjugação com a linha de penetração do Mondego e as defesas naturais da Serra da Estrela. O Marques de Alorna, o Conde de Lippe, Foy, Massena, Napier e Wellington, notáveis cabos de guerra, assim o reconheceram.
Em 1835 o Castelo correu o risco de ser totalmente destruído, chegando mesmo a ser feita a sua venda para lhe retirarem a pedra.
Em 1923, durante a 1ª República, foi classificado de monumento nacional, começando em 1924 a ser reparado, beneficiando de algumas obras de conservação até à década de 40.
Atualmente, o projeto de reabilitação do castelo prevê a recuperação do espaço intra e extra muros.
  O projeto de requalificação do interior da torre, procedeu à divisão interna da torre em quatro espaços distintos. Ao nível do piso térreo, onde assenta a estrutura metálica e atendendo à irregularidade do afloramento rochoso irregular, foram utilizadas placas de madeira para se poder proceder à regularização do terreno.
 Numa segunda sala, superior ao piso térreo, procedeu-se à construção de uma sala de conferências. Trata-se de um pequeno auditório que poderá servir para dar apoio a pequenos grupos de visitantes e onde podem ser dadas pequenas sessões explicativas.
  No piso ao nível da porta de entrada existirá um ponto de apoio turístico, onde será possível ter acesso a informações sobre o castelo e o património histórico, arquitetónico, arqueológico, cultural e etnográfico da vila e do concelho de Celorico da Beira. Juntamente com o ponto de turismo, funcionará, nesta sala, uma exposição permanente com os materiais arqueológicos recolhidos nas intervenções arqueológicas realizadas no castelo.
   Para a quarta e última sala criou-se um espaço multimédia, onde os visitantes terão acesso a um cyber café. Este último espaço será ainda complementado por uma área no topo da torre, que servirá de miradouro virtual, onde, através de utilização das novas tecnologias, será possível recriar a história e os principais acontecimentos do castelo de Celorico da Beira, bem como das lendas a ele inerentes.
Fonte:CCCB

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