A Câmara Municipal de Mangualde
levou a cabo uma . O auditório da Biblioteca Municipal Dr. Alexandre
Alves encheu-se na passada sexta-feira, dia 13 de maio, para ouvir a
Conferência "Luzes e sombras na operação militar da tomada de Ceuta, em
1415" de João Gouveia Monteiro.
O momento, que contou com a presença do
Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, João Azevedo, teve ainda a
participação dos alunos do “+ Música” do Agrupamento de Escolas,
orientados pelo Prof. Admar Ferreira, na abertura e encerramento da
sessão.
No mesmo dia arrancaram ainda as exposições "Miniaturas de
máquina de guerra, artilharia e barcos" de José Barros e “Peitorais,
capacetes, armaduras e espadas de guerra” de Joaquim Tavares. Ambas
estarão patentes ao público até dia 20 de maio.
A
organização esteve a cargo da Câmara Municipal de Mangualde e do
Agrupamento de Escolas de Mangualde, através do Professor João Carlos
Alves. Contou ainda com o apoio da Livraria Adrião na mostra de livros
para venda.
"LUZES E SOMBRAS NA OPERAÇÃO MILITAR DA TOMADA DE CEUTA, EM 1415" (POR JOÃO GOUVEIA MONTEIRO):
A
conquista portuguesa de Ceuta, em 21 de agosto de 1415, foi uma das
operações mais surpreendentes e mais apaixonantes de toda a história
medieval portuguesa. Trata-se da campanha mais longamente preparada,
mais exigente em termos humanos, financeiros e logísticos e mais
participada de todas quantas Portugal empreendeu entre os meados do
século XII e os inícios do século XV. Além disso, temos a sorte de
dispor de um relato detalhadíssimo da campanha, obra do cronista e
guarda-mor dos arquivos da Torre do Tombo, Gomes Eanes de Zurara, nos
105 capítulos da sua "Crónica da Tomada de Ceuta". Apesar de tudo isto, e
do evidente sucesso militar da expedição, subsistem ainda muitas
dúvidas acerca desta campanha, que de há décadas vêm alimentando um
debate historiográfico bastante interessante: quais foram realmente as
motivações da expedição? Qual o seu impacto no quadro político nacional e
ibérico? Que crédito podemos atribuir à narrativa de Zurara? Até que
ponto uma operação tão cuidadosamente planeada correu, no dia D, tal
como o rei desejara? Por que razão é que a praça muçulmana resistiu tão
debilmente, e em que medida é que isso reflete o declínio da dinastia
berbere dos Merínidas em Marrocos? Que balanço final devemos fazer da
conquista da primeira praça norte-africana portuguesa: valeu a pena? Que
sacrifícios e que meios humanos, financeiros e, de novo, logísticos foi
preciso reunir a partir de 1415 para conservar o enclave de Ceuta até
1458 (data da 2.ª conquista africana portuguesa)? Que significado e
impacto teve o 21 de agosto de 1415 para o futuro da história de
Portugal no mundo? Finalmente: que articulações e analogias podemos
fazer entre Aljubarrota-1385 e Ceuta-1415?
Por:Mun.Mangualde
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