sábado, 2 de novembro de 2013

Vítor Pereira disponível para liderar CIM das Beiras e Serra da Estrela

 
Novo edil da Câmara da Covilhã deve ser candidato contra Álvaro Amaro (Guarda) e Paulo Fernandes (Fundão).
Antevê-se uma disputa a três na corrida pela presidência da novel Comunidade Intermunicipal (CIM) das Beiras e Serra da Estrela, entidade que vai integrar 15 concelhos dos distritos da Guarda e de Castelo Branco. Álvaro Amaro e Paulo Fernandes, autarcas da Guarda e do Fundão, já tinham manifestado vontade de serem candidatos, mas Vítor Pereira, novo presidente do município da Covilhã, também está disponível para liderar aquele órgão. No final da primeira reunião do novo executivo covilhanense, Vítor Pereira considerou que «estas questões não se resolvem com afirmações públicas de candidatura», mas sim «em diálogo profícuo com os parceiros da CIM», defendendo que a Covilhã, «sem sobranceria e sem querer suscitar animosidade com quem quer que seja, tem um papel fundamental em todo este processo, tem tido um papel importante na Comurbeiras e vai tê-lo certamente» na nova CIM. Deste modo, o autarca garantiu aos jornalistas que «obviamente» não descarta a possibilidade de também ser candidato, o que considera um «desafio aliciante e importante na perspetiva do desenvolvimento regional». O edil confessa-se um «fervoroso adepto da cooperação intermunicipal», daí que, uma vez eleito presidente da Câmara da Covilhã, dispõe agora da «oportunidade de pôr em prática esse meu entendimento e penso que é chegada a hora de dar corpo a essa vontade de cooperar com os nossos municípios vizinhos e que integram a CIM das Beiras e Serra da Estrela». De resto, o presidente da Câmara da Covilhã considera que o facto de ser candidato não irá criar animosidade com o concelho do Fundão, sustentando que a nova Comunidade tem «vários órgãos», dois vice-presidentes e que seria «redutor banalizar a importância da Comunidade à problemática da sede ou da presidência ou vice-presidência». Para Vítor Pereira, «o mais importante é o que todos nós, com lealdade e solidariedade, podemos fazer em termos de cooperação, tendo sempre em vista a coesão territorial e o desenvolvimento económico e social sustentado da região». O edil advoga que esta deve ser a prioridade que «mais nos deve preocupar, mais do que propriamente os cargos em si» e «estou certo que a problemática do cargo será ultrapassada no âmbito deste espírito». A criação da CIM das Beiras e Serra da Estrela foi aprovada em março deste ano quando a Assembleia da República votou o novo mapa de organização territorial que faz coincidir as CIM com as sub-regiões NUT III. Os 12 concelhos da Comurbeiras unem-se assim aos três da Serra da Estrela para formar a CIM das Beiras e Serra da Estrela, que passa a ser constituída pelos municípios de Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão Gouveia, Guarda, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso. A sua população rondará os 236 mil habitantes.
Covilhã quer organismo com «autonomia» no turismo
Após a reunião do executivo, Vítor Pereira mostrou-se contra a extinção do Polo de Turismo da Serra da Estrela e considerou que «o turismo deve ser concebido de uma forma mais vasta e que não se defende a marca Serra da Estrela com uma “delegaçãozinha” na Guarda». Recorde-se que no seu discurso de tomada de posse, Álvaro Amaro, novo presidente da Câmara da Guarda, anunciou que a cidade vai acolher uma delegação da Serra da Estrela da entidade regional da Turismo do Centro. O autarca covilhanense realça que a região de turismo mais antiga do país, com 57 anos, estava sediada na cidade, defendendo que «devemos continuar a lutar no sentido de que essa região se mantenha e estamos esperançados que no futuro regresse à Covilhã e à região um polo, um organismo que tenha autonomia e que não seja uma pequena “extensãozinha” da Turismo do Centro. Vítor Pereira considera que se está a assistir à «”litoralização” do turismo» e que a região «defende-se com um organismo que a valorize, que tenha autonomia e que não seja um mero representante de uma forma muito diluída de um organismo tão vasto e tão litoralizado que acolhe mais de 100 municípios». De resto, o edil critica a «lógica» de se fazer coincidir as delegações com as capitais de distrito, «uma figura obsoleta, anacrónica do ponto de vista jurídico-administrativo» e que «não é boa ideia porque estão a relegar para segundo plano municípios como o da Covilhã com a importância e a projeção que sempre teve no domínio do turismo». O presidente do município teme que, à semelhança do que já sucedeu com a ex-Região dos Templários, em Tomar, também os funcionários do extinto Polo da Serra da Estrela venham a ser despedidos.

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