Afirmando
ter sentido «a maior das revoltas» ao tomar conhecimento da hipótese, o
porta-voz da Comissão de Utentes Contra as Portagens nas Autoestradas
A25, A24 e A23 Zulmiro Almeida considerou «uma roubalheira» o eventual
fim dos troços gratuitos para tráfego local. De acordo com a imprensa de
hoje, a Estradas de Portugal (EP) está a estudar a introdução de
portagens em todos os lanços de autoestradas das antigas SCUT
(autoestradas sem custos para o utilizador). «Naturalmente que recebemos
essa notícia com a maior das revoltas, o que nos faz continuar mais
afincadamente, se é que é possível, a luta contra esta roubalheira das
portagens», afirmou Zulmiro Almeida em declarações à agência Lusa.
Zulmiro Almeida lembrou que a introdução de portagens nas SCUT «tem
provocado acidentes no antigo IP5 (no caso da região da Guarda)» e
referiu que «as estradas ditas alternativas estão uma miséria» porque se
verificou um aumento de tráfego. «Isto contribui fortemente para o
desastre económico, atingindo pequenas, médias e grandes empresas, que
estão incapazes de incorporar nas suas despesas o pagamento de
portagens», acrescentou. Zulmiro Almeida salientou que «o consumidor
final é sempre quem paga, contribuindo assim para a desertificação, para
o desemprego, para a espiral recessiva» nas zonas servidas pelas
ex-SCUT. Contactada pela Lusa, a Estradas de Portugal escusou-se a fazer
qualquer comentário, tendo fonte da empresa alegado que o documento não
está ainda concluído e que é confidencial. A Lusa contactou ainda o
ministério da Economia que, até ao momento, não deu resposta. Em
janeiro, o Diário Económico noticiou que o Governo se preparava
para introduzir novas portagens, colocando 15 novos pórticos
automáticos de cobrança nas autoestradas nacionais, sobretudo do norte
de país e da Grande Lisboa. Os jornais adiantaram na altura que a medida
constava de um documento confidencial do executivo, entregue à ‘troika’
em novembro, durante a sexta avaliação do memorando de entendimento. A
maior parte das portagens estão pensadas para as ex-SCUT do norte
Litoral, entre o Porto e Viana do Castelo, as do Grande Porto,
nomeadamente o troço até Lousada, e as da Costa de Prata, entre Mira, no
distrito de Aveiro, e o Porto. O documento pondera também o regresso
das portagens entre o Porto e a Maia, na A3, e a colocação de dois novos
pórticos na A16, na Grande Lisboa, em Cascais e Sintra. Com as novas
portagens, o Governo espera um aumento das receitas entre os 47 milhões e
os 70 milhões de euros anuais.
fonte:Lusa
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